O vazio existencial da fada-feia



Ela não pertencia a nenhum mundo.
Sua aparição era constante e ao mesmo tempo ocasional.
Dotada de uma presença cintilante, embora sem luz alguma.

Magrela, oportunista, esquisita e feia.

Todos a acolhiam por sua cara de coitada.
Mas ninguém sabia de onde ela vinha.

Se era do bem ou era do mal.

O que habitava aquela alma misteriosa?
Seu olhar espreitava a todos de forma simpática.
E aos poucos, aos que permitiam, ela invadia suas casas.
Usufruía dos objetos alheios e vivenciava o que ela não podia ser.

O objetivo desta criatura é apenas ser legal.
Ela também nunca foi uma fada, mesmo assim continua sendo bem feia.
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