Aridez peçonhenta




Heloisa se deu conta que estava no meio do deserto.
Ela e os cactos pontudos que dilaceravam a alma.
Apenas a imensidão do céu azul e algumas nuvens suaves como algodão estavam ali para a consolar.
O dia estava quente e ela sentou em uma pedra para pensar um pouco.
Desejou um copo d'água, mas sabia que somente léguas dali saciaria a sua sede.
Situação inesperada essa qual fogo de palha que não queima.
Brisa que passa como um tornado em tom de pesadelo.
Puxada brusca de tapete persa, o molho de tomate caiu no chão.
E sujou tudo. Desapertou o parafuso. Perdeu o prumo.
O encanto foi para o ralo e os planos ficaram na página anterior.
Mais uma vez e again, Heloisa terá que reunir suas forças mais profundas para conseguir respirar de novo.
Ali na pedra, a observar as nuvens, percebe que existe uma saída.

Sempre existe uma saída... Sempre...

Apesar dos espetos dos cactos ela ergue seu olhar para o horizonte.
Alguém pode também estar sentado em uma pedra no deserto a pensar.
O céu, as nuvens, os cactos, o pensamento que flui e cria laços.
Um dia.
É.
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Comentários

Margot Félix disse…
Belo texto e lindas fotos.
Gostei daqui! =)

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Saudações,

Margot Félix