Os lusitanos em Honolulu




Se tem um povo que Heloisa não nutre simpatia, é este. Alvos de piadas fúteis em rodinhas de amigos, ridicularizados por seu sotaque, não muito hábeis em certas atitudes. Na genética dela existem 25% de gens provenientes de Portugal, herdados de sua avó materna. Apesar de guardar em seu sobrenome um resquício de tal descendência, Heloisa insiste para que ele não seja lembrado. Sua progenitora, era até apelidada de “portuguesa”, quando jovem. O fado é um estilo musical melancólico. Depressivo. Chato. Embora muitas canções de outros países europeus também possam parecer tristes. Viva a alegria das flautas medievais! Onde elas ficaram?

Os outros 50% dos gens são do leste europeu. Legítimos. Igual a “havaianas”: não deformam, não soltam as tiras e não têm cheiro. Estes gens formam a verdadeira essência da escritora. Muitos acreditam que ela seja uma gringa no Rio de Janeiro.

E os 25% restantes? Bom, não há registro de família do avô paterno de Heloisa, que faleceu quando sua mãe tinha apenas 3 tenros anos de vida. Mas o nome dele é lusitano. Era enteado de um cigano da Hungria. Mas era um homem admirável e forte, que ela guarda em seu coração uma lembrança boa, além de fotos bem antigas. Bond, my name is Bond. Quim, meu nome é Joaquim. Este era (é) o nome do vovô, que a locomotiva o carregou para a pátria de Deus.

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