O choro profundo... Chora e chove nos meus olhos verdes nublados...

É a segunda vez em toda a minha vida que parte de mim um choro profundo, daqueles que vêm do fundo abissal da alma. E por este acontecimento acontecer pela segunda vez, que quero deixá-lo registrado aqui.

A característica desta emoção vem do arrependimento. Do erro. É como pintar uma tela com a tinta errada e o resultado fica ruin no final. Ao olhar a pintura pronta, surge o choro profundo.

Uma verdadeira lavagem de alma. Que gera uma reavaliação de conceitos. Um renascimento. Pelo menos, isso acontece de bom neste processo de catarse.

E hoje, foi a segunda vez em toda a minha vida.

A primeira, tem quase dez anos. E vou tentar descrever o ocorrido de forma que não pareça banal. Por sete anos, eu cuidei de uma gata branca, chamei-a de Morgana. Infeliz foi a minha idéia de me desfazer do pobre animalzinho. Escolhi uma amiga de uma prima, que parecia de confiança. Ela morava em uma casa com outros gatos. A Morgana nunca aceitou ficar na casa desta pessoa, que deveria ter me avisado, para que eu a buscasse. Anos se passaram e eu fui visitá-la, jamais tinha a esquecido. Quando cheguei na casa desta mulher foi-me revelado que a Morgana, tadinha, morou três anos na rua, se abrigava em um prédio ao lado. E morreu atropelada! Vcs não podem imaginar a minha dor, ao descobrir que o meu animalzinho tinha morado na rua, sem eu saber. Uma gatinha que foi cuidada dentro de casa, com carinho, teve três ninhadas. Me arrependi tanto de ter dado a pobrezinha. E veio o choro profundo e lamentoso. E a ira tamanha que senti em relação a tal pérfida criatura, que me ocultou um algo grave. Bastava ter me telefonado e eu teria resgatado a gatinha.

A segunda vez que senti este choro profundo foi hoje. Mas não vou revelar aqui o motivo. Não posso. É algo muito particular. Só que diferente da coisa com a Morgana, pois desta vez a situação tem correção. Mas eu só queria deixar registrado que é a segunda vez que isto ocorre na minha vida. E por ser tão sensibilizador, escrevo. E estou de alma lavada, de coração partido, mas continuo amando e querendo ser amada. Pois o amor constrói, o destino nos leva e a vida nos recompensará sempre pelos nossos bons atos, baseados nos mais nobres gestos, na conduta correta, no bem-querer, no querer ser e cuidar. Aš tave myliu. Kada nors.

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