Texto de Altair Malacarne


SE “...ir penetrando, gostosinho, sem camisinha”. Que sublime descrição. Sem o “manto diáfano”. O prazer divino do ser humano. Ali somos deuses. Somos dois em um. As bocas se encontram. Se encaixam o côncavo e o convexo. Os dois são íncubos e súcubos. A vida fica completa. Se renova. Fica eterna. O caçador é o caçado. Receber é dar. Gozar é dar prazer. O mundo são dois pontos de uma linha juntos no tempo e no espaço. A criação é glorificada. A felicidade é plena. A natureza se realiza. É um momento de elevação. A vida brota da poeira cósmica. Dois seres encontram a razão de viver. Os olhos vêem o que a mente sonhava. As estrelas brilham mais. O mar sopra um vento suave. Dois corpos atingem a plenitude. O orgasmo vem como uma dádiva. Há um momento de completa alienação. Os dois seres queriam que não acabasse. Se abraçam. Se beijam mais. Se entrelaçam. Um fica sobre o outro. Por que acabou? Ahhh – não tira, não – não tenho mais ereção. Depois a gente faz mais. Vamos tomar um lanche. E os dois saem pelados pela casa afora como se fossem dois deuses no paraíso.

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