Não foi dia de REI...


Sozinha, perante a imensidão do Maracanã, meu olhar estava perdido. A tristeza me consumia devido a esforços em vão. Decido passar a página do livro que eu tentava escrever. Impotente perante os meus anseios, que existem, brilham, mas nunca se realizam. Só que naquele dia em especial, a ficha já tinha caído e eu já tinha decidido apertar a descarga e por ela ir embora com a água. Vontade de sumir de vez do mapa. E eu ali no deserto árido da solidão do Maracanã sem brilho. E eu ali querendo por querer mas não tendo querer algum. Apesar da proximidade existe um abismo abissal entre o meu corpo físico e qualquer ser que esteja ao meu lado. Não é pela minha vontade que isto se processa. Sabe o que é tentar subir degrau por degrau e lá em cima ter alguém que acaba por jogar água fria? Dias de felicidade por alguma expectativa que se torna um imenso cubo de gelo? Isso faz qualquer ser humano desacreditar na hipótese de ser feliz. E lá estava ele ao meu lado o gigante de gelo, o Maraca, triste.

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